sexta-feira, 22 de março de 2013

Darya Nikolayevna Saltykova - A "Bathory" Russa.

Olá galera,

Hoje eu nem ia escrever, mas achei a história tão interessante que resolvi partilhar. Todo mundo conhece a história da notória Elizabeth Bathory, que ficou conhecida por seus atos de vampirismo e de tortura. Bathory nasceu na Hungria. E se eu contasse, que existe uma versão dela na Rússia; e pior, uma assassina como Bathory que foi movida por uma desilusão amorosa?
Darya Nikolayevna Saltykova, pertencia a uma família nobre da Rússia. Nascida em 11 de Março de 1730, Darya já se via ligada a várias famílias de poder como Davidovs, Musin, Pushkin e a família Tolstoi.
Darya se casou jovem, com Gleb Alekseevich Saltykova (foi dele que ela recebeu o "Saltykova" que tornou- se seu apelido, anteriormente a chamavam de "Ivanova"). Gleb era da realeza como ela, e capitão do Regimento da Guarda Real.
Em 1755 Gleb morreu. Neste momento Darya virou outra mulher; a morte de seu marido foi o primeiro golpe em sua personalidade. O lado bom é que a herança, fez com que ela se tornasse a viúva mais rica de Moscou. Ela tinha mais de 600 servos na época.
Depois da morte do amado Darya foi viver com os dois filhos, Teodoro e Nícolas (que também serviam a Guarda Real); em uma cidade chamada Troitskoe, perto de Moscou. Até então ela parecia uma mulher normal, muito reclusa e triste, até mesmo fazia doações para monastérios e igrejas. Até que Nicolas Tyuched apareceu em sua vida.

Nicolas era jovem na flor da idade, como costumam dizer. Enquanto Darya, era uma mulher solitária e reclusa, que já começava a dar os primeiros passos para a velhice. Mas por ele, aquele "ar" de viúva foi deixado de lado, diz que aquela paixão restaurou os ânimos de Darya. Mas vocês sabem como é o amor...Nicolas estava interessado em uma moça, jovem e bonita; diferente de Darya. E para variar, esse amor era recíproco...
Os dois se casaram escondidos em uma igreja. Darya sabia de tudo e mandou que seus servos matassem os dois. Mas os servos diante de tal amor, contaram a verdade para o casal; que não tardaram em fugir de Moscou, longe das influências de Darya. E isso mudou Darya por completo.
Darya escolhia para suas torturas jovens moças que estavam prestes a casar. De 138 serventes que ela torturou e matou, três eram homens. Ela projetava nelas, a moça que levou seu amado.
No começo, as punições eram moderadas, por fazer mal as tarefas ou por não limpar direito. As golpeavas, com o rolo de cozinha. Dizem que ela era dotada de muita força e com essa força que ela açoitava as empregadas ou as agarrava pelos cabelos e as arrastava pelo castelo. Quando não segurava seus cabelos e batia com suas cabeças na parede. Também gostava de arrancar as orelhas das empregadas com pinças quentes, jogar água fervente em seus corpos, tirar suas roupas, e deixa-las nuas e com fome na ao ar livre (como Bathory).
Crysanth Andreev morreu em Novembro de 1759, depois de passar quase o dia inteiro, sendo açoitado.
Com o tempo a fama de Darya se espalhou. Os camponeses não aguentavam mais e começaram a denuncia-la por seus crimes.
Darya tinha poder e subornava quem fosse preciso. Sakhevely Martínov e Ilyin Ermolay, este que já tinha perdido três esposas por causa de Darya, fizeram que em 1762 as acusações contra Darya chegassem a Imperatriz Catalina II "A grande". 
Claro que Catalina ficou abismada pelos crimes de Darya,mas, por outro lado sabia da influência dela. Catalina tomou uma decisão moderada, fez com que Darya fosse ao Colégio de Justiça, para ser investigada; para que assim pudesse se esclarecer a verdade e Darya recebesse uma pena justa.
Darya ficou seis anos presa. Neste tempo foi investigado tudo, reunido testemunhas. Mas nada a fazia falar, inclusive subornava quem pudesse. Darya acabou sendo acusada somente de 38 dos assassinatos, sendo que se estimavam 138.
Mas os 38 foram o suficiente para Catalina, colocar aquele "Monstro da Humanidade" (como ela mesa chamou), na prisão perpétua.
Na época a pena de morte havia sido abolida. Mas tiraram tudo dela; seu dinheiro, suas terras, os títulos de nobreza. Mas lhe deram algo pior que isso, a "Morte Civil".
Em Outubro de 1768, Darya estava em meio a Praça Vermelha. Completamente Nua, com uma placa em seu pescoço, que dizia: "Essa pessoa tem torturado e assassinado". Qualquer um que passasse podia toca-la, insulta-la, humilha-la e jogar pedras em seu corpo. Humilha-la de qualquer forma e jeito. Isso era a chamada "Morte Civil".
Ninguém a tocou, somente a olharam com indignação. Apenas um escritor da época, disse que "seus olhos não eram desse mundo".
Neste mesmo dia, Darya foi presa em um convento em Invanovsky. Uma cela de madeira sem janelas e luz. Era só permitido que acendesse uma vela, na hora em que fosse comer, o resto do tempo era mergulhado nas trevas. Seu único contato humano era com o guarda da cela; com quem supostamente teve um romance que resultou em uma criança, da qual nem pôde ver o rosto.
Ali era justamente uma instituição para onde eram mandadas, mulheres da nobreza com problemas mentais, mas em segredo.
Em 1779, Darya trocou de cela. Uma com janelas e luz, feita de pedra. Nesta época ela tentava assustar qualquer um que chegasse perto dela e de sua cela. Mesmo desfrutando de algumas horas de Sol, ela preferia ficar encerrada, naquelas paredes de pedra e esperar a morte...que veio no ano 1801 no dia 27 de Novembro.
Hoje ela repousa no Monastério Donskoy, ao lado de sua família.






2 comentários:

  1. Vish Condessa!
    Que massa esse conto, eu já conhecia a Beth Bathory, e um camarada meu falou que tinha uma russa com uma história parecida, mas nem lembrava o nome! Maneiro, curti pacas!!

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