terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A confissão de um Vampiro.

Olá galera!
Demorei um pouco para escrever, por que fiquei adoentada. Mas agora, estou novinha em folha!
Recentemente aqui no blog, eu e a Misa, começamos a indagar, o que motivaria um crime baseado no mito do Vampiro. Um vampiro real, ou uma doença mental, um distúrbio psicológico? O que motivaria tais delitos? Para contribuir, copiei a carta de despedida de John Haigh. Já falei sobre ele aqui, ficou conhecido como o Vampiro de Londres, por drenar suas vítimas e dissolvê-las em ácido. Essa carta ele escreveu, pouco antes de ser enforcado, e conta detalhes dos seus crimes, infância, e o que ele acreditava estar motivando seus crimes. Como não achei ela em nenhum lugar na net, eu a transcrevi, sem censurar nada, e espero que vocês gostem de saber, o que se passou na cabeça desse assassino. Nos comentários eu escrevo minhas considerações.



                                                 O Vampiro de Londres - Parte 1
                                               (Confissões antes de ser enforcado)



Amanhã serei enforcado. Cruzarei, pela primeira e última vez, a porta de minha cela, das duas que existem, que nunca vi abrir-se. A outra é usada pelos guardas quando vêm me visitar-me. Mas sei que, pela segunda porta, esta que está sempre fechada, é arrastado o homem que destinado à execução. Certamente é o umbral do além.
Atravessá-lo-ei sem medo nem remorso. Os homens me condenaram por que me temiam, já que eu ameaçava sua miserável sociedade, a ordem constituída  Mas estou muito acima deles, participo de uma vida superior e tudo quanto fiz, o que eles chamavam de “delitos”, levei-o a cabo porque me guiava uma força divina. Eis aí porque me é totalmente indiferente que me chamem de mau ou de louco, assim como me é indiferente que tolas comadres peçam para ver-me.
Efetivamente, parece-me, pelo menos segundo me disse um guarda, à prisão chegam muitas cartas dirigidas a mim, procedentes desse frívolo sexo. Pergunto-me se existe alguém sobre a Terra capaz de compreender-me. Para dizer a verdade, às vezes até a mim me custa, e agora, enquanto narro minha experiência, angustio-me por não encontrar um só leitor que esteja ao meu nível.
A primeira pessoa que matei foi William Donald Mc Swan. Em seguida matei seu pai e sua mãe.

O modo como conheci Swan nada tem, em si, de misterioso. Ele era o dono de uma sala de jogo em Tooting, nos arredores de Londres. Corria o ano de 1936. Naquela época , eu acabar de sair da prisão, onde me tinham metido por fraude. Era minha primeira condenação. Li em um jornal um anúncio: Swan procurava um gerente. Eu vivia em Wakefield, no Yorkshire. Enviei minha proposta e fui contratado.
Trabalhei com Swan durante um ano, recuperando depois minha liberdade. Eu podia sozinho ganhar dinheiro mais facilmente, graças a um engenhoso ardil. Desgraçadamente agarraram-me em uma tentativa  e uma série de condenações obrigaram-me a permanecer na prisão até Setembro de 1943.
Ao sair, mantive contato com Swan. Nesse ínterim, as coisas para ele haviam corrido medianamente. Colocara dinheiro em propriedades imobiliárias e ocupava-se de pequenos negócios. De maneira absolutamente casual eu também encontrei, no mesmo ramo, um trabalho por conta própria que me proporcionou independência.
Numa tarde do outono de 1944, encontrei Swan num café em Kensington. Ele estava preocupado. Temia que o chamassem às armas, e confiou-me sua intenção de esconder-se para evitar ir à guerra. Desde então tornei a vê-lo com assiduidade. Levou-me, além disso, à casa dos seus pais. Uma noite, propus-lhe visitar meu apartamento e, no porão, o meu laboratório, na Gloucester Road, número 79. O jovem Swan aceitou. Entrou comigo...
Não posso prosseguir a narração se antes não relatar alguns fatos que retomam à minha infância. É necessário que eu fale dos sonhos que eu tinha naquele tempo. Minha mãe sempre fora apaixonada pelo estudo dos sonhos. Estava convencida de que prediziam o futuro. Comprava muitos muitos livros sobre a matéria e eu lia os lia também. Em algumas ocasiões, minha mãe predizia até a enfermidade ou morte de nossos parentes. Seus vaticínios eram sempre exatos. Mais tarde, eu também adquiri esta faculdade.
O primeiro sonho do qual conservo uma lembrança exata remota à época em que fazia parte do coro da catedral de Warkfield. De noite, na cama, fechava os olhos e via novamente o Cristo torturado sobre a cruz. Olhava o crucifixo na igreja, e às vezes via a cabeça com a coroa de espinhos, às vezes o corpo inteiro de Jesus Cristo, de cujas feridas o sangue jorrava copiosamente. Sentia-me horrorizado.
Em outro sonho eu construía para mim uma enorme escada telescopia  com a qual podia alcançar a Lua.  Dali contemplava a Terra aos meu pés, não maior que uma bola. Que significado tinha esse sonho? Imagina que queria dizer que eu faria algo grande em minha vida, que seria melhor que todos.
O sangue era na maior parte das vezes, o motivo dos meus sonhos. Estes exerciam um papel fascinante e terrível em minha existência. E eu ainda não conhecia o sabor do sangue. Uma pura casualidade fez com que eu degustasse, e desde então não pude mais esquecê-lo.
Teria uns dez anos. Tinha-me ferido em uma das mão com uma escova de cabelo, de cerdas metálicas. Lambi o sangue que brotava e algo mesclou em meu íntimo. Essa coisa viscosa, cálida e salgada que eu sorvia à flor da pele era a própria vida. Foi uma revelação que deixou obcecado por muitos anos.
Em certa ocasião cortei de propósito os dedos e as mãos apenas para pousar os lábios sobre a ferida fresca e tornar a sentir aquela inafável sensação.
O acaso, portanto, tinha me feito retorna, através dos séculos de civilização, aos tempos fabulosos em que seres tiveram força do sangue humano. Descobri que pertencia à raça dos vampiros. Por quê? Por que exatamente eu? Não o saberia explicar. Apenas sei aquilo que sentia.
Recordo outros acontecimentos de minha juventude nos quais o sangue teve papel notável.
Já adolescente, durante um momento de intimidade sentimental, mordi os lábios de uma mocinha. Não era um gesto premeditado. Fi-lo inconscientemente, sentindo sua boca cálida contra a minha.
Tive um clarão de lucidez e fugi antes de ter realmente degustado o sangue. De outro modo não sei o que teria acontecido. 
Mas nenhum desses incidentes tinha verdadeiramente despertado em mim a necessidade frenética e impulsiva, esse grande chamamento do sangue que eu experimentaria depois.
Na Páscoa de 1944 fiz uma viagem de automóvel a Sussex. Passando por Thee Bridges, percebi tarde demais um caminhão que vinha de uma rua lateral. Foi um choque terrível. Meu carro deu uma volta completa. Não perdi os sentidos, mas me feri profundamente. O sangue jorrava copiosamente. Consegui sair do automóvel capotado. O sangue corria-me pelo rosto até a boca. O sabor que eu senti naquele momento despertou algo essencial em mim, e desta vez de maneira definitiva. Naquela noite tive um  sonho espantoso.
Via um bosque de crucifixos que lentamente se transformava em árvores. Pareceu-me ver primeiro um orvalho ou chuva que pingava dos ramos. Mas quando me aproximei compreendi que era sangue. De repente, todo o bosque começou a inclinar-se e as árvores gotejavam sangue, vermeho e brilhante. Eu me sentia fraco parecia que ia desfalecer. Vi um homem que ia recolhendo o sangue de árvore em árvore. Quando o copo que ele segurava com uma mão se encheu, ele se aproximou de mim.
“Bebe”, ofereceu-me. Mas eu estava como paralisado. O sonho desfez-se, porém eu continuava a me sentir fraco e propendia com todo o meu ser para o copo.
Acordei em estado semicomatoso. Via sempre aquela mão oferecendo-me o copo que eu não podia alcançar, e essa terrível sede, ignorada pelo homem moderno, apossou-se de mim para sempre.
Durante três ou quatro dias tive o mesmo sonho e a cada despertar minha terrível sede era cada vez mais forte.
Compreenderás agora o que teria de acontecer ao jovem Swan, quando se achou a sós comigo, naquela tarde de outono. Fiz com que perdesse os sentidos com o pé da mesa, ou com um pedaço de cano, já não me lembro exatamente.
E depois cortei-lhe a gargante com um canivete.
Procurei beber seu sangue, mas não era facial  Ainda não sabia que sistema usar. Mantive-o sobre a pia e procurei recolher de alguma maneira o vermelho líquido. Por fim, creio que resolvi sorvê-lo diretamente da ferida, com um sentimento de profunda satisfação.
Quando me separei, senti-me horrorizado com a presença daquele cadáver. Não tinha remorosos. Apenas perguntava a mim mesmo como faria para desembaraçar-me dele. Depois, deitei-me.
Naquela noite sonhei ainda com o bosque e o copo. Mas daquela vez consegui segurá-lo, experimentando, ao sorver o seu conteúdo, o mesmo prazer que na realidade. Acordei e pensei no que tinha feito. Perguntei-me como tinha podido ir tão longe.
Desci outra vez ao porão. Compreendi  naquele momento que era necessário tomar um decisão a respeito do cadáver. Não tinha pensado nisso antes de acontecer. Mas ali, de súbito, ocorreu-me com clareza um bom método.
Tinha em meu laboratório uma grande quantidade de ácidos sulfúricos e clorídricos que me serviam para trabalhar metais. Sabia o suficiente de química para conhecer que o corpo humano é composto, em sua maior parte, de água. E o ácido sulfúrico é muito ávido de água.
Por infelicidade, não tinha nada já preparado. Só no sexto ou sétimo caso comecei a preocupar-me antecipadamente com o meio a usar para desembaraçar-me dos corpos.
Procurei um recipiente para colocar o cadáver. Encontrei em um cemitério uma espécie de barril de metal. Para levá-lo até o porão pedi emprestado um carrinho de mão a um pedereiro. Acomodei o senhor Swan no barril.
Restave-me apenas derramar ácido no barril. Tive que utilizar um balde. Não tinha previsto a fumaça que se desprendeu, e senti tal náusea que precisei sair e respirar um pouco para recupera-me.
Depois retornei à tarefa e, finalmente, abandonei o porão, fechando a porta às minhas costas. Quando mais tarde retornei ali pude comprovar que a operação fora um sucesso. O corpo estava dissolvido. Ergui um alçapão que se comunicava com as cloacas e derramei a mistura no buraco. Se alguma coisa restava do sr. Swan, o mar o abrigaria, pois ali desaguam as clocas de Londres.
Agora, precisava explicar o desaparecimento do jovem. Voltei  à casa de Swan para ver seus pais. Expliquei-lhes que o rapaz fugira para evitar a mobilização. Escrevi um certo número de cartas, imitando a sua caligrafia, e depositei-as em uma caixa de correio da Escócia.
Os dois velhos acreditara nas cartas e não fizeram nenhuma investigação. Nunca senti muito medo de ver-me descoberto. Ignorava totalmente o remorso. Sentia-me guiado por um ser superior, que estava fora de mim e me mantinha sob seu controle.
Dois meses depois do sucedido ao jovem Mc Swan, fiz outra vítima: desta vez foi uma mulher. Teria uns trinta e cinco anos. Era morena, de estatura média. Nunca a tinha visto antes.
Encontramo-nos na rua, no distrito de Hammersmith. Abordei-a sobre uma ponte. Compreendi, em seguida, que ela devia morrer. Aconteceu durante um ciclo de sonhos e eu tinha necessidade de beber do copo. Ela aceitou vir à minha casa.
Ali dei-lhe um golpe na cabeça e bebi seu sangue.
Igualmente desta vez não fizera panos para livrar-me do cadáver; mas ainda tinha um pouco de ácido e o barril. Acomodei nele a moça, e então pensei que seria conveniente ter uma bomba derramar ácido. Saí para comprar uma.
Somente depois do segundo Mc Swan, o pai de William, ocorreu-me que devia usar uma espécie de máscara para evitar enjoo com os vapores do ácido. E depois arranjei para mim um avental, botas e luvas de borracha. Assim equipado, e armado de um pau, removia a “mistura”.
Aos velhos Mc Swan, matei-os no mesmo dia.
A polícia nunca se preocupou com o desaparecimento da família inteira. Não obstante, estávamos em plena guerra, quer dizer, num período em que a polícia tem muitas oportunidades para controlar os cidadãos, por meio o cartão de racionamento e de documentos de todos os tipos que são exigidos de cada um.
Nunca matei com fins lucrativos. Quando, por acaso, tirava algum proveito, aceitava-o como uma nova prova do favor que me demonstrava a Força Suprema. Mas esses benefícios eram realmente, uma coisa à parte para mim.
NO que se diz respeito aos Mc Swan, apresentei-me a um procurador legal de Glasgow e falsifiquei um contrato notarial, apresentando-me com o nome de William Donald Mc Swan. Imitei com facilidade a sua assinatura. Como tenho dito, eu já havia provado minha habilidade como falsificador. Graças a esta primeira falsificação consegui vender a propriedade dos Mc Swan, ainda que fosse necessária uma série de operações  complicadas, que duraram pleo menos dois anos e que me rederam cerca de quatro mil libras.
Mas, repito, isto não era importante para mim. Poderia ter ganho outro tanto para viver, com fraudes corriqueiras de administração. Por exemplo, eu trabalhava, com muito proveito automóveis. Sabia também transformar a gasolina do exército, que estava tingida de vermelho para exatamente evitar o mercado negro. Poderia ter ganho com esse sistema, uma verdadeira fortuna.
No transcurso do processo me perguntaram com que canivete cortava a garganta de minha vítimas. Na verdade, eu não saberia dizê-lo; tinha três. Devo esclarecer, a esse respeito, que não consigo recorar nenhum pormenor do que acontecia naqueles momentos. Quando estava sobre a influência dos sonhos, quase não via outra coisa senão o copo, aquele copo estendiido diante de mim enquanto eu gritava de desejo, e que se recusava à minha sedenta garganta até que não me resolvesse a arrastar um ser humano para o meu porão, e ali, por alguns instantes, podia por fim sugar a vida de sua garganta aberta, com inefável alívio.
A quinta vítima foi um jovenzinho desconhecido, chamado Max. Mas prefiro falar dos números seis e sete, o jovem casal Henderson.
Archibald Henderson era médico de Londres. Tinha uma mulher jovem, muito formosa...Rose. Desapareceram em fevereiro de 1948. A polícia jamais teria resolvido este mistério se eu não a tivesse auxiliado, revelando ter sido o autor destas mortes.
Conheci-os do modo mais simples. Tinham publicado um anúncio para vender uma casa em Landbroke Square. Respondi.
Era um bom método para entrar em contato com novas pessoas, e que utilizei em outras ocasiões.
Os Henderson pediam 8.750 libras pela propriedade. Respondi, com grande surpresa da parte deles:
“Muito pouco. Se aceitam que lhes dê 10.500, então estou de acordo.
Soube depois que Rose Henderson dissera ao seu irmão, falando ao meu respeito:
“Conheci o maior cretino do mundo”.
Ao que seu irmão replicou:
“Quando alguém fala assim, é preciso estar de sobreaviso”.
Mostrava que não lhe faltava intuição.
Mas pouco depois comuniquei aos Hendersons que não conseguira reunir a somo necessária, e não falamos mais da venda. Porém, eu já havia me relacionado com os Hendersons, fazendo-me seu amigo. Esses dois jovens me interessavam e me divertiam.
Naquele tempo, viviam em Fulham. Tínhamos passado juntos boas e formosas noites. Eu interpretava para ele Brahms no piano. Ouviam-me durante horas inteiras.
Tinham um cachorro, um esplêndido  setter irlandês de pelo aleonado, ao qual chamavam de Pat e com quem fiz boa amizade. Recordava-me um cachorrinho que meu pai me dera de presente quando eu era garoto. Por outro lado, sempre me agradaram os cachorros. Lembro ter escandalizado já não me lembro a que imbecil, afirmando que, se fosse preciso escolher entre atropelar um cachorro ou um homem, teria escolhido, sem dúvida, ao homem.
Quando os Herderson morreram, recolhi Pat por algum tempo, e cabei por acomodá-lo em um  dos melhores canis da região, pois ficou cego.
Os Hendersons falavam muito de si mesmos e, em pouco tempo, soube tudo o que lhes dizia respeito, o que depois ia-me ser muito útil.
O senhor Henderson era o segundo marido de Rose, e Rose por sua vez era sua segunda esposa. Ele era viúva; ela, divorciada. Ela fora casada com um engenheiro alemão, Rudolf Erren, eu, durante a Segunda Guerra Mundial  fizera parte do famoso grupo de pilotos apelidado de “Circo Richthofen”, capitaneado por Goering. Depois da guerra, estabelecer-se na Inglaterra, tendo então voltado a viver na Alemanha.
Uma coincidência extraordinária era que Erren e sua mulher tinham vivido durante um certo tempo em Onslow Court, o albergue de Kensington onde depois me instalei. Certamente, Rose estava destinada a encontrar-me, e nisso reconheço a mão da potência divina superior me guiava.
Depois do divórcio, Rose casou-se em 1938 com Archibald Henderson, um brilhante médico, com uma clientela de luxo. Viviam folgadamente e Rose apresentava-se nas recepções mundanas com esplêndidos vestidos, e coberta de jóias. Era uma mulher muito bonita, morena e de muita vivacidade. Em 1926 participara de um concurso de beleza e sua foto aparecera nos jornais.
Para concluir a respeito de Rose, acrescentarei que era a filha de um médico de Manchester, e tinha um irmão Arnold Burlin, experiente homem de negócios, o qual tem um papel importante na continuação dessas memórias.
Já indiquei como ele dera prova de sua instintiva desconfiança, quando propus aos Henderson a compra de sua casa por um preço mais elevado do que  solicitado
No melhor do meu relacionamento com os Henderson, tive um sonho especialmente penoso. Desta vez não era sequer árvores ensanguentadas ou copos de sangue que se estendiam diante de mim. Neste novo sonho, eu mordia o pescoço de uma jovem amiga minha, e sorvia com prazer uma parte de seu sangue. Senti-me horrorizado diante da idéia, embora fosse um sonho, de ferir alguém a quem respeitava e queria.
Os Henderson não eram amigos meus. Simpáticos conhecidos, nada mais. Quando sei que uma pessoa pode converte-se em minha vítima, o certo é que não consigo fazer amizade com ela.
 Rose confiou-me que, sob  aquela aparência de riqueza, ela e seu marido tinham dificuldades financeiras  Não foi, portanto, por interesse que os matei. Archie tinha dívidas e com frequência brigava com a sua mulher por questões de dinheiro.
Os Henderson partiram em 1948 para uma breve estadia em Brighton, no hotel Métropole. O ciclo de meus sonhos estavam então no Zênite, e me sentia mal. Archie se queixava da minha desatenção  parecia-lhe que eu não prestava atenção ao que ele dizia. Com efeito, estava cegado pela minha necessidade. Via de novo nos sonhos bosques de crucifixos que se transformavam em árvores que gotejavam sangue. Acordava com aquele atroz desejo imperativo.
Era preciso que Archie fosse minha próxima vítima.
Fiz com que voltasse de Brighton com o pretexto de que não me lembro, e quando esteve em meu laboratório de Leopold Road disparei uma bala em sua cabeça com o revólver de sua propriedade, que eu lhe roubara de sua casa, em uma noite anterior.
Voltei a Brighton e disse a Rose:
“Archie passou mal em minha casa. Não é grave, mas gostaria que viesse buscá-lo comigo”.
Acompanhou-me em seguida sem suspeitar de nada. Mal entrou em meu laboratório...
(continua na parte dois docinhos......)



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